Personagem ignota em determinada fita norte-americana disse:
Um artista que parece um artista beneficia-se a ele próprio, desde logo porque vende mais. Mas não só. A cacofonia de cabelos de um violinista que parece ter ponderado o suicídio a cada momento da sua existência chamou-me a atenção num concerto recente. Ali estava ele, o violinista, tal como sempre o imaginei. Tal como o teria estereotipado. O peso da cara dele agravou a gravidade da minha, e também a música soou diferente. E eu pensei que nunca um estereótipo tinha feito tanto por mim, pela minha sensibilidade musical. Olhei para os pêlos eriçados, e pensei na minha mãe.